domingo, junho 09, 2013

Como num conto de fadas


(para a Mahna)


A menina meio caminhava, meio pulava. Um sorriso brincava em seu rosto, como se soubesse de alguma coisa da qual mais ninguém tinha conhecimento. Muitos a olhavam como se pensassem que ela é louca, mas ela não ligava, muito pelo contrário; se divertia bastante com essa hipótese.

Esperava aquele dia há muito tempo, talvez desde sempre. Quando criança, sempre sonhara com contos de fadas, e nunca desistiu de viver um. Não por causa de príncipes com cavalos brancos, ou castelos e todas as suas riquezas. Não, isso nunca a impressionou. Mas se encantava por sereias, elfos e fadas. Conforme crescia, os sonhos diminuíram, como era de se esperar, mas nunca desapareceram. Não, apenas ficaram em algum lugar, dentro dela, adormecidos. E, agora, estavam acordados, e mais vivos do que nunca.

Há algum tempo atrás, conhecera seu sonho em pessoa. Isso porque Mah era, por completo, uma fada. E ninguém que a conhecesse bem, com seu jeito delicado e protetor, poderia discordar disso. Virou um costume para a menina, chamada Lívia, chamá-la de Fada Azul. Quando Mah se apresentou por esse nome, Lívia riu, pensando se tratar de uma brincadeira. Era verdade, porém. Não poderia duvidar por muito tempo, tendo como prova os olhos azuis cristalinos de Mah e - por que não contar esse detalhe? - Lívia podia jurar já ter visto uma aura azul da cor do céu em torno da amiga. Conversava com a Fada todos os dias, e sentia como se ela fosse uma irmã.

Alguns meses depois, porém, Mah parou de vir conversar com a menina. Ela se preocupou, ainda que soubesse o motivo do sumiço da Fada; ela estava com problemas no lugar de onde viera, apenas porque fez amizades durante o período em que estava aqui, na Terra. As visitas se tornaram cada vez mais raras, e Lívia perdeu toda e qualquer esperanças de um dia rever sua quase-irmã. Acordou, porém, numa manhã de primavera, e se surpreendeu ao encontrar a janela de seu quarto aberta, e uma tulipa roxa no peitoril. Não tinha qualquer tipo de bilhete, mas Lívia tinha uma boa sensação a respeito daquilo. Embora ainda fosse cedo, se arrumou e se dirigiu a um pequeno parque, no centro da cidade, onde conhecera Mah. Não sabia exatamente porque estava fazendo isso, mas algo lhe dizia que deveria ir para lá.

O dia estava igualzinho ao que conheceu a menina-fada, percebeu. O céu estava claro, e o sol brilhava, mas o calor não era grande. Um grupo de crianças brincava, e alguns idosos faziam caminhava. E, ao olhar para os balanços pendurados em árvores, há poucos metros de onde estava, percebeu uma certa menina de olhos azuis como o céu, e aura tão tranquila quanto era de verdade. O sorriso se alargou ao perceber que, de fato, conhecera uma fada, como queria desde pequena. Seu coração se apertou quando percebeu que, assim como as Fadas Madrinhas dos contos de fadas que lia quando pequena, a Mah também teria que ir embora. Mas assim como as histórias, nunca se esqueceria dela.

Um comentário:

  1. olha o que tem aqui no blog. *-* a história de uma fada que acabou aceitando o título do ser alado. <3 <3

    Nunca vou esquecer você mesmo, mana <3 <3 E nem vou esquecer o que me fizeram ser, sempre vou me sentir um pouquinho Fada Azul(e filha do vento, pelo luc) depois desse presente gatão que vocês me deram. ownt

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