Em meio a rosas acordou
Olhou para o lado,
Viu apenas o vazio
E sozinha se lamentou
Há muito vivia assim.
Sempre se sentiu diferente
Não confiava em ninguém
Até que decidiu pelas rosas, enfim
Flores, sim, mas fiéis
Sempre estiveram ao seu redor
Em vasos ou em quadros
Pintados com um de seus vários pincéis
Tentou outras soluções
Talvez poeta, ou atriz
Mas tinha com elas, apenas com elas
A mais perfeita das relações
Muitos a julgaram
Ninguém a apoiou
Será que todos estariam como ela
Felizes onde chegaram?
Nada daquilo a perturbaria
Estava em paz consigo mesma
Fecharia os olhos, aguardando
O fim que nunca chegaria
Voltou ao lugar de onde veio
Plantou uma semente no vaso
Tão vazio quanto fora
Esperaria florescer, com anseio
Em meio a rosas foi dormir
A rotina era sempre a mesma
Mas tinha suas flores
Sua única razão de sorrir
Não gosto de me expor. Essa sou eu. Gosto da discrição, do silêncio da noite, e da ausência de pessoas. Apenas da ausência, não da solidão. Porque é nesses momentos que eu sinto a estranha necessidade de conversar com os que estão ao meu redor, e me exponho. Isso me faz rever meus próprios conceitos. No fim, chego a conclusão de que não vale a pena pensar no que nos forma. A metamorfose humana é contínua. Gosto de me expor, essa sou eu, e essa é minha realidade.

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